Republicação do texto da Cristiane Tribst para o número 2 da revista Metáfrase, de dezembro de 2016.
Depois de compartilhar com vocês um pouco da minha transição de “couch potato” para “não-posso-mais-ser-chamada-de-sedentária”, vamos conversar sobre um momento muito importante nesse processo: como começar. Sabemos que o sedentarismo é uma característica inerente ao trabalho em home office (e à maioria dos seres humanos), e é essa barreira que temos que vencer. Vivemos em um mundo cheio de cobranças e responsabilidades, e é normal deixarmos os cuidados com a nossa saúde como uma das últimas prioridades, afinal estamos “bem”, trabalhando, cuidando das crianças, do cachorro, da casa. Só vamos lembrar de nós mesmos quando alguma coisa dá errado, as costas travam, o pulso dói.
Esse pensamento precisa mudar; dedicar um tempo a nós mesmos deve ser uma das prioridades da nossa vida. Lembre-se de que esse não é um tempo perdido. É a diferença entre dormir com dor nas costas, pernas pesadas, pulso dolorido, ou não. Até os olhos precisam ser exercitados (existem muitos tutoriais sobre isso no YouTube e na Internet em geral). E você não precisa ser radical, passar a frequentar a academia duas horas por dia, todos os dias. O ideal é começar devagar, adquirir o hábito e incorporar a ideia de cuidado pessoal como parte da sua rotina.
Muito se fala em técnicas, truques e pausas para aumentar o rendimento diário no trabalho. Que tal usar essas pausas para dar início ao processo? Uma rápida pesquisa no Google nos mostra uma série de páginas e artigos sobre alongamento laboral. E é muito fácil encontrar exercícios específicos para o profissional que trabalha sentado em frente ao computador muitas horas por dia (alguém aqui se identifica?). Em cinco minutos, é possível fazer alguns alongamentos básicos (veja uma sequência de exemplo na figura abaixo). Estabeleça a sua combinação ideal de tempo de produtividade e alongamentos na pausa. Por exemplo, a cada hora, faça uma pausa e execute um ou dois dos alongamentos propostos. No fim do dia, você terá feito até três séries de cada exercício.
Um ponto importante: diante de tantos links e artigos, qual seguir? Bem, aqui vamos lançar mão de uma característica básica dos tradutores: disposição para pesquisa, verificação da fonte e um pouco de critério e capacidade de discernimento. Uma solução que encontrei foi criar playlists com duração de 50 a 55 minutos com músicas selecionadas para as intensidades variáveis de trabalho que enfrento diariamente, desde o modo “hoje está tranquilo” ao modo “vaca louca”, passando por “sob controle, mas não vacila”. Independentemente da intensidade do dia, pare e faça uma sequência, cinco minutos para fechar uma hora. Essas paradinhas são revigorantes, a produção não cai e eu termino o dia mais inteira. Marque no calendário quando conseguir fazer uma, duas vezes. Valorize o mínimo. Essa é a essência da mudança. Valorize cada momento em que se lembrar de fazer algo por você. Compare com você antes, comprove a sua melhora, o seu desenvolvimento. Essa percepção é a melhor motivação para dar continuidade.
Por falar em se lembrar de fazer algo por você, como estão seus exames médicos? Há quanto tempo fez os últimos? Você está liberado(a) para fazer mais do que alongamentos em pausas do trabalho? Já pensou em fazer alguma atividade com mais regularidade? Tem tanta coisa que podemos fazer por nós, e precisamos descobrir aquilo que mais combina com nosso perfil, seja uma simples caminhada ou treinos de alta intensidade, corridas ou dança. A experiência é gratificante.
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