1. Quem é você e o que você faz?
Sou a Christiane Neusser Sichinel, tradutora pública para alemão no Rio Grande do Sul. Faço as mais diversas traduções no par português/alemão, desde documentos pessoais e contratos a manuais técnicos, artigos acadêmicos, literatura e vídeos institucionais, nas mais variadas áreas do conhecimento.
2. Como você chegou à tradução e como foi seu início?
A tradução faz parte da minha vida desde muito cedo: cheguei ao Brasil aos oito anos de idade, partindo da Alemanha e, desde o momento que aprendi o português, passei a traduzir e a interpretar de alguma forma. Já na tradução como profissão, cheguei tarde e pelo “caminho inverso”: abriu concurso para tradução juramentada no Rio Grande do Sul em 2010 e resolvi encarar o desafio, sem ter a menor ideia de onde começar… foi aí que, através de buscas na internet, atrás de informações para me preparar para a prova, descobri o universo tradutório e me apaixonei de cara! Passei no concurso em quinto lugar e desde então me dedico profissionalmente à tradução.
3. Para você, qual é o aspecto mais incrível da sua área de atuação?
Poder lidar com as mais diversas áreas do conhecimento e fazer pesquisas sobre assuntos interessantíssimos, apenas para poder traduzir melhor certo material… e ainda ser remunerada por isso! Ampliar meus conhecimentos sempre me fascinou, e poder fazer isso profissionalmente, realmente é incrível.
4. E o mais desafiador?
A condição de autônoma ou freelancer certamente é um desafio e tanto… saber equacionar entradas e saídas, equilibrar o caixa e manter a cabeça tranquila, mesmo em épocas de “vacas magras”, é o ônus do bônus de ser “livre”.
5. Cite um mito e uma verdade sobre sua área de atuação que você só descobriu na prática.
Há o mito de que tradutora é aquela pessoa solitária que traduz livros e mais livros, quando, na verdade, nesses mais de dez anos de profissão, traduzi pouquíssimos livros e muito material “avulso”, tudo o que é tipo de texto, e a maioria nem é publicada. E os prazos para a entrega do trabalho não são infinitos, mas de uma finitude às vezes assustadora! E cheguei à conclusão de que não há tradução definitiva e acabada, jamais; sempre é possível melhorar, reelaborar, revisar e corrigir.
6. Qual dica construtiva você dá para quem possa estar cogitando seguir na sua área de atuação ou para quem possa estar começando?
Sempre digo: aprofunde-se no idioma! Há que se criar um certo “sentido da língua”, sentir ela, não apenas decorar termos ou conhecer regras gramaticais. Sentindo o idioma, notamos imediatamente quando algo não soa bem na tradução, quando certa frase ficou forçada, e aí podemos aprimorar nosso trabalho. É a famosa “pulga do tradutor” que, claro, só se instala definitivamente com a experiência de anos de trabalho, mas que pode ser fomentada desde já!
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